sábado, 21 de setembro de 2013

“As crianças precisam da tristeza, da tragédia para crescerem. Precisam de ter as suas lágrimas”, segundo psicólogo Gordon Neufeld

GORDON NEUFELD

Porque devem os pais pôr os filhos a chorar?

A ideia de fazer tudo para que os filhos sejam felizes, evitando que chorem, está ultrapassada. A teoria de disciplinar sem que a criança chore está desactualizada, diz Gordon Neufeld, psicólogo clínico canadiano que esteve em Portugal no final da semana.
“As crianças precisam da tristeza, da tragédia para crescerem. Precisam de ter as suas lágrimas”, defende. Nos primeiros meses e anos de vida, o “não” dito pelos pais ajuda a disciplinar, em vez de estragar a criança. “Estamos a perder isso na nossa sociedade, não admira que as crianças estejam estragadas com mimos. Afinal, elas são sempre as vencedoras”, continua o investigador que esteve em Lisboa a convite da empresa BeFamily, do Fórum Europeu das Mulheres, da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e da Associação Portuguesa de Imprensa.
Na conferência sob o lema “Vínculos Fortes, Filhos Felizes”, Neufeld defende que só se atinge o bem-estar através da educação e que esta deve estar a cargo das famílias e não do Estado. E para garantir o bem-estar de qualquer ser humano ou sociedade é necessário preencher seis necessidades.
A primeira é o “aprender a crescer” e para isso há que chorar, é preciso que a criança seja confrontada, que viva conflitos, de maneira a amadurecer, a tornar-se resiliente, a saber viver em sociedade.
A segunda necessidade é a de a criança criar vínculos profundos com os adultos, estabelecer relações fortes. Como é que se faz? “Ganhando o coração dos filhos. É preciso amarmos e eles amarem-nos. Temos de ter o seu coração, mas perdemos essa noção”, lamenta o especialista que conta que, quando lhe entram na consulta pais preocupados com o comportamento violento dos filhos, a primeira pergunta que faz é: “Tem o coração do seu filho?”, uma questão que poucos compreendem, confidencia.
E dá um exemplo: Qual é a principal preocupação dos pais quanto à escola? Não é saber qual a formação do professor ou se este é competente. O que os pais querem saber é se a criança gosta do docente e vice-versa. “E esta relação permite prever o sucesso académico da criança”, sublinha Neufeld, reforçando a importância de “estabelecer ligações”.
E esta ligação deve ser contínua – a terceira necessidade –, de maneira a evitar problemas. Neufeld recorda que o maior medo das crianças é o da separação. Quando estão longe dos pais, as crianças começam a ficar ansiosas e esse sentimento pode crescer com elas, daí a permanente procura de contacto, por exemplo, entre os adolescentes com as mensagens enviadas por telemóvel ou nas redes sociais, muitas vezes, ligando-se a pessoas que nem conhecem, alerta o especialista.
O canadiano recomenda que os pais estabeleçam pontes com os seus filhos. Quando a hora da separação se aproxima, há que assegurar que o reencontro vai acontecer. Antes de sair da escola, dizer “até logo”; à hora de deitar, prometer “vou sonhar contigo”.  
Mas a separação não é só física, há palavras que separam como “tu és a minha morte” ou “tu és a minha vergonha”. Mesmo quando há problemas graves para resolver, a frase “não te preocupes, serei sempre teu pai” ajuda a lembrar que a relação entre pai e filho é mais importante do que o problema. Hold on to your kids é o nome do livro que escreveu e onde defende esta teoria.

A importância de brincar

A quarta necessidade a ter em conta para garantir o bem-estar dos filhos é a necessidade de descansar. Cabe aos adultos providenciar o descanso e este passa por os pais serem pessoas seguras e que assegurem a relação com os filhos.
As crianças precisam que os pais assumam a responsabilidade da relação, que mantenham e alimentem a relação, de modo a que elas possam descansar e, nesse período, desenvolver outras competências. Uma criança que está ansiosa pela atenção dos pais não está atenta na escola, por exemplo.
Brincar é a quinta necessidade a suprir. Não há mamífero que não brinque e é nesse contexto que se desenvolve, aponta Neufeld. E brincar não é estar à frente de uma consola ou de um computador; é “movimentar-se livremente num espaço limitado”, não é algo que se aprenda ou que se ensine. E, neste ponto, Neufeld critica o facto de as crianças irem cada vez mais cedo para a escola, o que não promove o desenvolvimento da brincadeira. “Os ecrãs estão a sufocar a brincadeira e as crianças não têm tempo suficiente para brincarem”, nota o psicólogo clínico que, nas últimas semanas, fez um périplo por vários países europeus, tendo sido ouvido no Parlamento Europeu, em Bruxelas sobre “qualidade na infância”.
Por fim, a sexta necessidade é a de ter capacidade de sentir as emoções, de ter um “coração sensível”. “Estamos tão focados em questões de comportamento, de aprendizagem, de educação; em definir o que são traumas; que nos esquecemos do que são os sentimentos. As crianças estão a perder os sentimentos quando dizem ‘não quero saber’, ‘isso não me interessa’, estão a perder os seus corações sensíveis”, diz Neufeld.
Em resumo, é necessário que os pais criem uma forte relação emocional com os filhos, de maneira a que estes sejam saudáveis. Os pais são os primeiros e são insubstituíveis na educação dos filhos e são eles que devem ser responsáveis pelo seu desenvolvimento integral e felicidade. Se assim for, estarão também a contribuir para o bem-estar da sociedade.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O cinismo dos valores...por Miguel Torga

O Cinismo dos Valores
Cada vez mais desesperado. Olho, olho, e só vejo negrura à minha volta. Fé? Evidentemente... Enquanto há vida, há esperança — lá diz o outro. 
Mas, francamente: fé em quê? 
Num mundo que almoça valores, janta valores, ceia valores, e os degrada cinicamente, sem qualquer estremecimento da consciência? 
Peçam-me tudo, menos que tape os olhos. Bem basta quando a terra mos cobrir!(.....)


Miguel Torga

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mind game...muito divertido, joga também.

http://www.tabonito.pt/qual-idade-do-teu-cerebro-faz-o-teste/



Este jogo japonês de 10 etapas é capaz de te dizer se o teu cérebro é mais jovem ou mais velho do que o resto do teu corpo. É necessário ter boa memória de curta duração, aquela que fica armazenada durante alguns segundos.
COMO JOGAR:
1: Quando abrir a página, clica em "Start";
2: Aguarda pela contagem decrescente;
3: Memoriza a posição dos números e clica nos círculos, sempre do menor para o maior número;
4: No final do jogo, vais saber a idade exacta do teu cérebro;
Deixa o resultado nos comentários e partilha com os teus amigos! smiley

Hear the sirens, hear the sirens...pearl jam



Sirens lyrics by Pearl Jam 

Sirens is a track from Pearl Jam's Lightning Bolt record.

The song is a ballad but without a big hook in the chorus. Sirens is played by Mike McCready with a capo placed on the second fret of his guitar.

Lyrics:

Hear the sirens, hear the sirens
Hear the sirens, hear the circus so profound
I hear the sirens more and more in this here town
Let me catch my breath to breathe then reach across the bend

Just to know we’re safe, I am a grateful man
This light is pit, alive and I can see you clear
Oh, I could take your hand, and feel your breath
For feel that someday will be over
I pull you close, so much to lose

Knowing that nothing lasts forever
I didn’t care, before you were here
A distant laughter, with the everafter
But all things change, let this remain
Hear the sirens covering distance in the night
The sound, echoing closer, will they come for me, next time?

For every choice, mistake I made, is not my plan
To see you in the arms of another man
And if you choose to stay, I’ll wait, I’ll understand
Oh,  it’s a fragile thing, this life we lead, if I think too much, I can’t get over
When by the graces, by which we live our lives with death over our shoulders
Want you to know, that should I go, I always loved you, held you high above too
I studied your face, the fear goes away.

Guitar solo

It’s a fragile thing, this life we lead, if I think too much, I can’t get over
When by the graves, by which we live our lives with death over our shoulders
Want you to know, that should I go, I always loved you, held you high above too
I studied your face, the fear goes away, the fear goes away, the fear goes away.

Check out the Official Pearl Jam video for Sirens:




http://www.youtube.com/watch?v=qQXP6TDtW0w

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Ousem pensar

Ousem pensar! há um direito social ou liberdade de escolha que todos temos o dever de exercer de modo esclarecido: a escolha dos nossos governantes; ao escolher depositamos o nosso futuro sustentável nas mãos de gente que pensa e age por nós,por isso somos uma democracia representativa e temos um parlamento e autarquias; daqui a uns dias o futuro próximo de Portugal será decidido por nós, cidadãos de um estado social de direito que não se governa por si só mas exige gente responsável no momento das escolhas e, também, da governação. ousem pensar! a austeridade não é inevitável...oiçam se puderem.

“Privatizaram a sua vida, o seu trabalho,a sua hora de amar e o seu direito de pensar. É da empresa privada os seus passos em frente,o seu pão e o seu salário. E agora não contentes querem privatizar o conhecimento, a sabedoria, o pensamento, que só à humanidade pertence.”
Bertolt Brecht


A receita da austeridade é-nos mostrada como inevitável e do senso comum. Este professor de Economia mostra-nos porque é que não é bem assim...

http://www.youtube.com/watch?v=E1Kzp5EVUWg