sexta-feira, 24 de maio de 2013

Bom dia, neste esforço de completarmos as nossas formações com qualidade e rigor científico, deixo cá mais algumas leituras para finalizarem os vossos trabalhos de pesquisa, algumas áreas de interesse para a saúde mental, saúde comunitária, juventude e saúde, educação, e temas filosóficos para vos levar a pensar na nossa era contemporânea.
 
1. algumas sugestões de sites da área da saúde:
 
OMS _ organização mundial de saúde
AMI - assistência médica internacional
 
Associações médicos PT
2. http://www.amnistia-internacional.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=200&Itemid=32
Aministia internacional, documentação, recursos pedagógicos...direitos humanos
3. Site http://afilosofia.no.sapo.pt/
Prof Carlos Fontes, Ensino, programa do 10º ano, 4. Temas/Problemas do Mundo Contemporâneo

As sociedades contemporâneas herdaram e criaram novos problemas de natureza ética que não nos podem deixar indiferentes. Podemos dividi-los em dois grandes grupos: os decorrentes das consequências provocadas pelas actividades técnicas e científicas e os que emergiram das novas formas de organização e convivência social à escala planetária.
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Problemas ligados às actividades tecno-científicas
A ciência e a técnica, desde o século XVII, permitiram à humanidade realizar enormes progressos, nomeadamente no controlo e exploração da natureza. As suas descobertas e invenções moldaram as nossas sociedades actuais. Para o bem e para o mal. Muitas aplicações se por um lado permitiram minorar o sofrimento humano, por outro, contribuíram também para aumentar a capacidade destrutiva dos aparelhos militares ou a degradação da vida na terra. As suas implicações morais são por demais evidentes para que as possamos ignorar.
Continua a ser frequente encarar-se a ciência e a técnica como neutrais. Um cientista ou um inventor teria apenas um único compromisso e pelo qual teria apenas responsabilidade: Descobrir tudo o que pode ser descoberto. Experimentar tudo aquilo que pode ser experimentado. No século XX muitas descobertas e experiências levadas a cabo, mostram que não era possível continuar a sustentar o princípio da neutralidade da ciência e da técnica:
a) A ciência e a técnica estão hoje, em muitos domínios, claramente ao serviço das estratégias do poder ou do aumento dos lucros das multinacionais.
b) Muitas experiências científicas tem assumido formas condenáveis ao reduziram seres humanos a meras cobaias.As experiências realizadas durante a 2ª. Guerra Mundial, nos campos de concentração alemães,estão longe de constituírem casos isolados.
Uma das questões que está hoje em causa, não é apenas a da responsabilidade moral dos cientistas e inventores, mas também a necessidade de se estabelecerem limites para as experiências científico-tecnológicas.
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Bioética Manipulação Genética Inseminação artificial Clonagem
Eutanásia Aborto Trans-sexualidade
Os Grandes Progressos das Ciências Médicas
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Novos e velhos problemas humanos
Imigração Tráfico de Seres Humanos Racismo
Guerras "Justas Terrorismo Direitos Humanos
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O Futuro da Humanidade em Risco
4. http://afilosofia.no.sapo.pt/artecont.htm
ARTE CONTEMPORÂNEA,
Arte Contemporânea
A arte no século XX apresenta para um observador distanciado uma sucessão algo caótica. Todos os conceitos que serviram de base à apreciação e criação das gerações anteriores foram sistematicamente postos em causa, e pouco depois acabaram por ser recusados ou ultrapassados pelos artistas. Na arte como na imaginação não existem limites, parece ser a primeira ideia que os artistas têm procurado transmitir.
O nosso percurso centra-se nos movimentos artísticos que evidenciaram a ruptura com os conceitos tradicionais da arte, colocando pela primeira vez a questão do fim da estética.
Os primeiros surgem num período histórico em que a Europa sofre enormes convulsões que irão conduzir á I Guerra Mundial (1914-1918), e depois aos primeiros regimes autoritários que abrem uma ruptura com os sistemas políticos anteriores, o Comunismo na União Soviética (1917) e o Fascismo na Itália (1921).
BRAQUE, La Mandore, Paris, fin 1909
Picasso, Três Músicos (1921)
O Cubismo surge em França, por volta de 1908-1909, envolvendo artistas como Pablo Picasso, George Braque, Jean Metzinger, e mais tarde, Juan Gris. Caracteriza-se por abrir uma ruptura com com a ideia da pintura como imitação da realidade. Os artistas libertaram-se dos sistemas tradicionais de representação, no qual os objectos tinham apenas uma única forma, aquela que era determinada pela posição frontal do pintor e do espectador. Com o cubismo, os objectos são representados em tantos planos ou perspectivas quantos os artistas considerem significativos para os apreenderem. O resultado final são composições, muitas vezes abstratas.
Duchamp, Roda de Bicicleta (1913)

Dadaísmo surge em plena Guerra(1916), assume-se como um movimento de ruptura com todas as formas culturais do passado. Insurge-se contra a separação entre a arte e a vida. Neste sentido, eleva á categorias de obras de arte, simples objectos quotidianos. Proclama que na arte deve ter lugar tudo aquilo, onde pulse a própria vida nas suas formas mais imediatas. "A palavra DADA simboliza a relação mais primitiva com a realidade ambiente; uma nova realidade se revela com o Dadaísmo. A vida surge como um conjunto simultâneo de ruídos, de cores e ritmos espirituais, que são transferidos sem alteração para a arte dadaísta, com todos as febres da sua audaciosidade quotidiana e toda a sua brutal realidade" (in, Manifesto DADA, Berlim, 1920).
Marcel Duchamp materializa de forma notável estas ideias nos ready-made, objectos comuns elevados à categoria artística, o que implicou um ataque frontal ao próprio conceito de obra de arte. O primeiro ready-made, data de 1913, e era constituido por uma roda de bicicleta colocada em cima de um tamborete. O artista deixa de ser um criador, para passar a ser uma espécie de sacerdote. A sua tarefa é recolher e seleccionar objectos em seu redor, consagrando-os depois como obras de arte.
Max Ernst, L'angelo del focolare ( 1937 )
Magritte
O Surrealismo começa a ser teorizado em 1924, por André Breton. Nos seus escritos defende o sonho, e as visões alucinadas, como uma forma de conceber a realidade, tão válida como o pensar e o sentir controlados pela razão. A psicanálise de Freud inspirou profundamente este movimento artístico, onde se destacaram artistas como Max Ernst, Salvador Dali e Magritte. O objectivo do sistema figurativo tradicional é completamente invertido, em vez da realidade exterior, o artista procura expressar o seu mundo interior, nomeadamente através de uma pintura ou escrita "automática" ou a representação mais elaborada dos seus sonhos.
Víctor Vasarely
Liberto dos constrangimentos anteriores na representação dos objectos, a Op Art, iniciada por Víctor Vasarely, nos anos cinquenta, dedica-se a experiências de modelação de formas criando por vezes verdadeiros "alfabetos" que se combinam no espaço, produzindo efeitos ópticos com um ilusório dinamismo.O que caracteriza esta arte é a sua capacidade de produzir a sensação de movimento. As obras são criadas de modo a serem vistas no seu conjunto, eliminando a ideia de um espaço centralizado.O observador tem então a impressão de cintilações, deslizamentos de formas que se contraem e expandem, rotações, aparecimentos e desaparecimentos de figuras, sem que o olhar possa fixá-los no espaço. O espectador nos quadros em relevo tem que se deslocar para descobrir os diferentes temas, evidenciando-se desta forma a simultaneidade dos acontecimentos reais.
A arte conceptual, também denominada "arte da ideia", saída de um ensaio de de Henry Flynt, justamente intitulado "Concept Art" (1961), culmina todo um percurso de transformações na arte contemporânea que começou no Dadaísmo.
Prosseguindo a ruptura com os suportes tradicionais que se vinha fazendo em todos os movimentos artísticos depois da IIª. Guerra Mundial (1939-1945), artistas conceptuais recusam a própria realização material da obra de arte, colocando em seu lugar ideias e projectos ainda em esboço. Procuram desta forma estimular a imaginação dos espectadores, juntando muitas vezes indicações precisas para a reflexão ou acção. Esta arte situa-se frequentemente ao nível de problemáticas filosóficas, nomeadamente no âmbito da teoria do conhecimento. Dada a natureza deste tipo de arte, o que frequentemente destas intervenções subsiste são documentos gráficos onde os artistas registaram as suas ideias ou projectos ou ainda as fotografias onde fixaram momentos das suas encenações.
Henry Flint, 1963. Teórico da Arte Conceptual
John de Andrea, Mulher Sentada (1972)
Reagindo contra as formas abstratas ou informais da arte, e nomeadamente contra a arte conceptual que havia desmaterializado a própria arte, o Hiperrealismo surge nos anos sessenta, como um novo retorno à pintura e escultura realista. Não se trata todavia agora de representar a realidade de uma forma ilusória, mas de provocar um novo olhar no espectador sobre a própria realidade. "Mais verdadeiro que o real" ou "tudo é como é, e no entanto é distinto no modo como nos aparece", são dois dos lemas deste movimento.
Robert Smithson (1970)
A Land Art nasceu em 1967, e prosseguiu também a ruptura com os objectos. Os espaços naturais, as paisagens alteradas industrialmente converteram-se em material de configuração artística. Os artistas deixam de utilizar a paisagem, por exemplo, como um fundo decorativo de uma escultura, para transformarem os próprios espaços naturais em verdadeiros objectos artísticos.Estes criadores aceitam como com elemento constituitivo da própria obra, elementos tão aleatórios como a chuva ou o vento. A obra só termina quando se degrada por completo. Estas mutações dos espaços podem atingir grandes dimensões, como a que realizou Robert Smithson, em 1970- Molhe Espiral-, no Grande Lago Salgado, em Utah (EUA).
 
A partir dos anos 60 a clássica divisão da arte em função dos diferentes meios expressivos - pintura, escultura, vídeo.. - deixa de fazer sentido. Os artistas procurando uma multi-sensorialidade, produzem obras onde utilizam uma multiplicidade de meios expressivos, como pintura, música, teatro, vídeo, dança, poesia...As Instalações, a Performarte e a Arte de Envolvimento e Participação têm vindo a adquirir um espaço próprio.As Instalações são montagens multimedia, onde o artista recorrre a meios como a fotografia, escultura, o video ou o computador. Uma das suas caracteristicas mais evidentes é o recursos à diversidade de materiais de modo a provocar uma percepção multissensorial (tactil, olfativa, visual...). No desenvolvimento natural da arte conceptual, as instalações são também intervenções reflexivas que a partir da transfiguração dum dado espaço nos interpelam.
A Performarte, tradução portuguesa de Performance que em inglês significa "execução", resulta da especialização da Body Art, onde o corpo é utilizado como meio expressivo num determinado espaço ou envolvimento, mas sem as intenções estéticas exploradas por exemplo, no ballet. Prosseguindo objectivos estético-expressivos, o artista pode mutilar-se ( Gina Pane ), suicidar-se (Schwarkorgler, 1969), ou assumir a sua própria vida como como arte ( J. Beuys).
A Arte de Envolvimento e de Participação (environnement), trabalha sobre a concepção de um espaço tridimensional onde se criam obras do imaginário artístico.Nesta arte procura-se quebrar as barreiras entre o espectador e a situação, levando o primeiro a abandonar-se ao espaço que o envolve, interagindo com ele.
Neste breve percurso a grande constante da arte do século XX, parece ser a reflexão sobre a própria arte. Os artistas não tem parado de questionarem os seus próprios conceitos e dicotomias que sustentaram a linguagem artística durante séculos: representação / realidade; ideia/forma; obra de arte / objecto quotidiano; arte / vida; razão / emoção; mundo exterior / mundo interior; criador / espectador; forma / fundo; superfície / suporte...
Nestas pesquisa laboriosas, a "arte" tornou-se uma reflexão actuante sobre o próprio sentido que enforma o mundo. A significação que desponta em cada gesto, cada objecto.
Por fim, podemos ainda concluir que embora as influências locais estejam sempre presentes na arte, actualmente fruto de uma globalização incontornável, os artistas seguem maioritariamente ideias e estilos internacionais
Carlos Fontes
Toda a informação do site do prof Carlos é excelente.
Boas leituras